Um pouco da história do Tecido Acrobático

O tecido é uma modalidade aérea circense, também denominada tecido acrobático, tecido aéreo ou tecido circense. Ao contrário de outras centenárias modalidades do circo, como o malabares, as acrobacias e o trapézio, o tecido apresentou seu desenvolvimento nos últimos anos (BATISTA, 2003; CALÇA; BORTOLETO, 2007).
Sobre a história desta prática, Desiderio (2003), traz um relato expressivo da historiadora de circo, Alice Viveiro de Castro, no qual relata que quando esteve no festival Internacional de Acrobacias de Wuqia (China), em 1999, foram expostos alguns desenhos orientais apresentados por uma pesquisadora da escola de Circo de Beijin, com performances em grandes panos nas festividades dos imperadores da China por volta do ano de 600 d.C., utilizando a seda como tecido da época. Ainda segundo Desiderio (2003), no ocidente, um dos relatos mais antigos é uma experiência nas décadas de 1920 e 1930, em Berlim (Alemanha), por alguns artistas que realizaram movimentos com as cortinas de um cabaré. Não se sabe ao certo quem o inventou, mas se acredita que o tecido é uma extensão do trabalho de corda lisa, uma modalidade que antigamente era de sisal e atualmente é de algodão (esta última confere maior flexibilidade e conforto durante as travas). Por sua vez, parece que as performances na corda surgiram das evoluções realizadas pelos artistas quando subiam ao trapézio, ou até mesmo durante a instalação (montagem) do circo, na qual se utilizam as cordas para subir e descer das alturas. Por outro lado, alguns relatos indicam que foi na França que o tecido circense foi aprimorado após pesquisas com diferentes materiais (cordas, tecidos, correntes, etc.), realizadas pelo francês Gèrard Fasoli nos anos de 1980 (DESIDERIO, 2003). Neste período, chegou-se à utilização de um material bastante resistente no comprimento e, ao mesmo tempo, com elasticidade na largura, o que lhe confere grande plasticidade e leveza. Este moderno material denomina-se liganete. Possivelmente existam outras ligas sintéticas que podem ser utilizadas para esta prática. No entanto, o mais importante é que este material suporte o peso do praticante multiplicado até quatro vezes (aproximadamente).

 Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 5, n. 2, p. 72-88, jul/dez. 2007.
ISSN: 1983 – 9030

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